Dentro de sala de aula ou nas clínicas podemos ver crianças apresentando problemas de aprendizagem que são ignorados por palavras como "preguiça", "burrice", ou a "famosa expressão" (e que eu morro quando escuto isso - sim EU ESCUTO ISSO nas escolas) "esse ai não adianta nem tentar que é meio doidinho". Isso por um comportamento levado, agitado ou desinteressado que ela possa apresentar, que traz neste padrão de pensamento horrendo e por sinal discriminatório, a não análise dos fatores que implicam nestes comportamentos. Pois é sim mais fácil apontar o problema do que refletir, dentro de nossas ações e situações oportunizadas, para uma resposta a isso.
TODA PESSOA PODE APRENDER. Ponto final! E depende de como a olhamos que saberemos o que, específicamente, é a sua real necessidade. Para isso, passo ao conceito de Visão Sistêmica, primordial a todos aqueles que trabalham com seres vivos!!!!! Sim, seres vivos. Porque essa regra vale para tudo no mundo, sabendo da complexidade das relações em tudo o que é vivo, em menor ou maior grau (mas nunca menor ou maior grau de importância - vale lembrar).
Começo a explicação disto pela pergunta apresentada por Maria Luiza Puglisi Munhoz, no seu artigo "Psicopedagogia: um saber interdisciplinar e sistêmico":
"É possível ensinar e aprender sem relacionar-se, sem influenciar e ser infuenciado por alguém? E em todo o processo de aprendizagem não estão implicados os quatro níveis: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo? Não seria já um sistema interagindo com os seus elementos?"(p.232)
Então para aprender sobre alguém, devemos olhar esse alguém como um ser criado dentro de seus processos cognitivos, psicológicos, orgânicos e sociais. E dentro desses processos existem razões pelas quais impedem um indivíduo de aprender ou socializar ou expressar ou andar. Por isso é tão prejudicial tachar um problema como algo fixo, imutável e de uma única ordem. O olhar tem que ser aberto ao todo do indivíduo e não em partes específicas somente, pois, conforme diz Morin, o todo está na parte assim como a parte está no todo, de uma forma integrada e não separatista.
Para exemplificar ainda mais essa idéia, que acredito ser uma forma essencial para educadores e profissionais da saúde, fica o vídeo sobre a lenda hindú "Os cegos e o Elefante". Um grande abraço e até a próxima!!!
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