E falando em psicopedagogia ...: O Olhar do Profissional da Educação

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Olhar do Profissional da Educação

Demorei um pouquinho, mas dessa vez eu tenho certeza que o Post será digno da demora. Como todos nós da área da educação e saúde sabemos, olhar o individuo, seja ele quem for, apenas por um ângulo, pode minorizar, quando não trazer estragos permanentes, ao estabelecermos as suas necessidades reais.

Dentro de sala de aula ou nas clínicas podemos ver crianças apresentando problemas de aprendizagem que  são ignorados por palavras como "preguiça", "burrice", ou a "famosa expressão" (e que eu morro quando escuto isso - sim EU ESCUTO ISSO nas escolas) "esse ai não adianta nem tentar que é meio doidinho". Isso por um comportamento levado, agitado ou desinteressado que ela possa apresentar, que traz neste padrão de pensamento horrendo e por sinal discriminatório, a não análise dos fatores que implicam nestes comportamentos. Pois é sim mais fácil apontar o problema do que refletir, dentro de nossas ações e situações oportunizadas, para uma resposta a isso.

TODA PESSOA PODE APRENDER. Ponto final! E depende de como a olhamos que saberemos o que, específicamente, é a sua real necessidade. Para isso, passo ao conceito de Visão Sistêmica, primordial a todos aqueles que trabalham com seres vivos!!!!! Sim, seres vivos. Porque essa regra vale para tudo no mundo, sabendo da complexidade das relações em tudo o que é vivo, em menor ou maior grau (mas nunca menor ou maior grau de importância - vale lembrar).

Começo a explicação disto pela pergunta apresentada por Maria Luiza Puglisi Munhoz, no seu artigo "Psicopedagogia: um saber interdisciplinar e sistêmico":

"É possível ensinar e aprender sem relacionar-se, sem influenciar e ser infuenciado por alguém? E em todo o processo de aprendizagem não estão implicados os quatro níveis: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo? Não seria já um sistema interagindo com os seus elementos?"(p.232)

Então para aprender sobre alguém, devemos olhar esse alguém como um ser criado dentro de seus processos cognitivos, psicológicos, orgânicos e sociais. E dentro desses processos existem razões pelas quais impedem um indivíduo de aprender ou socializar ou expressar ou andar. Por isso é tão prejudicial tachar um problema como algo fixo, imutável e de uma única ordem. O olhar tem que ser aberto ao todo do indivíduo e não em partes específicas somente, pois, conforme diz Morin, o todo está na parte assim como a parte está no todo, de uma forma integrada e não separatista.

Para exemplificar ainda mais essa idéia, que acredito ser uma forma essencial para educadores e profissionais da saúde, fica o vídeo sobre a lenda hindú "Os cegos e o Elefante". Um grande abraço e até a próxima!!!




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