E falando em psicopedagogia ...: março 2012

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Ritalina - esse bicho de 7 cabeças! Será?

Bom dia queridos colegas internautas!!! Postando mais um assunto polêmico dentro da educação e saúde, não é mesmo? Mas temos que nos dar abertura a discutir para chegarmos sempre a melhores caminhos e caminhadas!!!

Hoje recebi um e-mail de uma mãe de Bagé/RS. Fiquei muito feliz em saber que estou conseguindo chegar até lá (sabendo da booooaaa distância que fica de Minas até o Rio Grande do Sul, Tchê!) e ainda poder ser útil de alguma forma. Muito Obrigada viu ;) ! Enviei a resposta hoje, e trago aqui pro site o caso, como já disse polêmico, do usar ou não a Ritalina, mais conhecida como METILFENIDATO , ou por alguns como o "bicho de sete cabeças que estão querendo enfiar no pobre corpo do meu (minha) filho(a) e que vai fazer dele um viciado em remédio"! Parece brincadeira, mas é essa a concepção de alguns pais que vemos por ai.

Sejamos francos: INFORMAÇÃO É TUDO. Como diz a propaganda do canal Futura, "Não são as respostas que fazem o mundo girar, são as perguntas!". Por isso fica a minha humilde pergunta: SERÁ? Será que o metilfenidato é esse bicho papão que estão colocando ai? Ou ele está servindo de bode espiatório para meia dúzia de profissionais que preferem usá-lo do que fazer um diagnóstico aprofundado? Ou que até nem são muuuito profissionais e nem tenham FORMAÇÃO para isso(agindo assim dá pra ter uma noção da resposta, né?)!

Vamos por partes: a ritalina (vou colocar assim, em minúsculo, para que fique melhor a compreensão generalizada) não é um medicamento que faz milagre - assim como sabemos que nenhum medicamento na verdade faz. E também não vicia! (FATO!) E nem toda criança que possui algum transtorno de aprendizagem tem que usar medicamento. Por isso disse que o diagnóstico deve ser algo aprofundado e multiprofissional - com uma equipe que englobe várias áreas como a psicologia, neurologia, fonoaudiologia, etc.

Deve ser avaliado se essa criança/adolescente possui dificuldade na escola, que dificuldades são essas e se com o hábito/rotina/ terapia ela não consiga se adaptar. Tem que saber de que ordem vem a dificuldade: orgânica, emocional, motora? Alguma outra doença associada?  Ainda: como esse indivíduo aprende? Será que não é uma questão metodológica da escola? Ou alguma mudança ocorrida na vida desse indivíduo? Uma necessidade de óculos? Viram quantas perguntas? Depois, E SÓ DEPOIS, de analisar tudo isso, passar sob a ótica de vários profissionais, ai sim, se necessário, entra-se com a medicação que não necessariamente indica uso para o resto da vida. Há casos de uso somente no início para adaptação e há casos mais prolongados.

O que fica é a importância de uma boa avaliação e SE O MEDICAMENTO TRARÁ BOAS MUDANÇAS PARA SEU(SUA) FILHO(A). Porque a razão maior de toda a investigação é e sempre será o bem estar da criança e qualidade de vida orgânica, cognitiva e emocional dela. Se a ritalina ajuda, ÓTIMO! Se a criança melhorou,  ÓTIMO! Porque falar para um pai que seu filho não tem saída, ou não dar saída para pais é fadá-los a uma tristeza que ninguém nesse mundo tem o direito de fazer a outra pessoa. E quem não é pai não tem como medir o tamanho do desespero e preocupação que fica nos corações da gente (falo gente porque me incluo como mãe!).E a criança que já está com esse problema ainda fica no meio do furacão sem entender nada!!  Mas gente para falar mal e fazer mal julgamento disso, tem a rodo nesse mundo!

Enfim, o que quero dizer, em resumo, é que buscar uma boa avaliação, com profissionais formados, com experiência, é uma forma mais garantida de um diagnóstico mais preciso e particular (porque cada caso é um caso diferente!). E que somente eles poderão dizer se há ou não necessidade de usar o medicamento. Duvidou? Comprove, pergunte, vá a outros profissionais. Mas não coloque na ritalina a razão para mal diagnósticos de profissionais incompetentes e negligentes. Bom senso, queridos! Bom senso!
Um abraço!